Se em 1828, D. Miguel podia argumentar com a sua suposta legitimidade ao trono e alimentar assim as expectativas dos partidários, em 1834, ele ia tornar-se um vencido e um exilado. No acto da aclamação de D. Maria II, aos seus saudosos, só restava o travo amargo da derrota. Eis o essencial da acta da aclamação de D. Maria II:
Ilustração 15 D. Maria II. Presume-se que, depois do falecimento desta rainha, o seu marido terá vindo em visita à Casa de Fralães quando ela era possuída por gente da família do Duque de Palmela.
Aos dois dias do mês de Abril de 1834, neste Couto e Honra de Fralães e Paço do Concelho dele, onde se reuniram o Juiz e actual Câmara com o Procurador deste Couto, e sendo aí aberta uma carta do Juiz de Fora interino de Barcelos servindo de Corregedor, Aires Mendanha da Costa Benevides (...) e a fim de se fazer a aclamação da muito alta e poderosa rainha D. Maria Segunda e a Carta Constitucional outorgada e dada por seu augusto pai, o Senhor D. Pedro, Imperador e Duque de Bragança, Regente em nome da mesma Real Senhora, e sendo com efeito presentes o Clero, a Nobreza e o Povo, por todos e com o maior contentamento e júbilo de aclamação à mesma Real senhora ... Augusta Rainha, dando o Juiz vivas à Santa Religião Católica e à Senhora Dona Maria Segunda, à Carta Constitucional, ao Senhor D. Pedro, Imperador e Regente, as quais foram repetidas com o maior entusiasmo por todos os moradores deste Couto e circunvizinhanças abaixo assinados...
Ilustração 16 Ex-voto oferecido à Senhora da Saúde por João de Sá Felgueiras Benevides, da Casa do Xisto, Viatodos
Fica a impressão de que dos signatários da acta, uns terão vindo por convicção, como seria sem dúvida o reitor de Viatodos, outros, muitos por obrigação e ainda outros por mera conveniência. O abade de Monte de Fralães assina ao cimo, em lugar destacado, o de Viatodos remete-se para o meio da página, sem nenhum destaque, convencido, quem sabe, de que a sua hora tinha chegado.
Há pessoas que acorreram pela primeira vez, talvez fugidas do Porto para as suas sossegadas casa de província. Os Benevides, da Casa do Xisto,
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