terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um soneto

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Fralães, matrona que possuiu nobreza,
Todo em ruínas, seu solar deplora,
Narrando ainda a prístina grandeza,
Poder e fausto que ela teve outrora.

De quantos bens e honras foi senhora,
E hoje vive esquecida... e na pobreza!
Pelas humildes vestes de pastora,
Trocou as galas ricas de princesa!

Mas assentada, no alto, em seus penedos,
Contempla ainda, como antigamente,
Montes, planícies, rios e arvoredos...

A mão dos tempos que pesou sobre ela
Tudo que tinha lhe roubou... Somente
A deixou sempre assim graciosa e bela.

Barbosa Campos (cerca de 1900)

Página em construção

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